Sei que o Natal é o aniversário de Jesus mas será que precisamos de tanta gente fazendo bolos, tortas, assados, doces, salgados?
Pois com tanto exibicionismo gastronômico vindo da família, dos vizinhos, de amigos, fui para a cozinha oferecer algo ao filho de Maria.
Com a receita na mão, os ingredientes na mesa e alguma esperança no coração, quebrei os ovos na bacia e bati. Acrescentei o leite e bati. Manteiga, bati. Farinha, bati. Fermento… bati…bati… bati.
Fiel às indicações, deixei a massa descansar e aproveitei para sentar um pouco também, untando a forma.
Com a massa já desperta e crescida, enformei e enfornei.
Missão cumprida? Que nada… Missão comprida com checagens de dez em dez minutos para avaliar se o plano havia se realizado.
E não é que a vida é assim também?
A gente bate a cabeça, bate pernas, bate coração, bate boca, bate prego na força e na fé por bons projetos, boas realizações.
Uma boa receita sempre ajuda mas, na prática, o improviso e a intuição corrigem excessos ou faltas.
As pausas também são necessárias.
Saber esperar sem desesperar é sabedoria pura. Permita-se de vez em quando. Faça nada. Desligue o celular. Tire os sapatos. Caminhe sem destino. Confie na aleatoriedade.
Calor humano, uma boa conversa e até um colo amigo ajudam no crescimento dos projetos.
Nunca se esqueça disso. Na dúvida, pare e converse com alguém, de preferência, ao vivo.
Isso aquece o coração, a mente e faz crescer as soluções.
E após se alimentar de batidas, pausas e afetos, mantenha-se atento e forte, sem medo de temer a morte, como já nos lembrou Caetano.
Um ano novo divino e maravilhoso a você.
0 comentários