Entro na padaria com uma missão objetiva, comprar uma torta de morango para um jantar na casa de uma amiga.
Ao ultrapassar a catraca de acesso, observo a última unidade no balcão…linda… fresca.
A torta solitária me deixou aflito. Os poucos metros entre mim e ela, precisavam ser percorridos rapidamente, antes que outro cliente a desejasse.
Duas crianças passam à minha frente e apontam para os morangos. Pânico.
Aflito, olho para a mãe que intervém e, para a minha felicidade, se impõe: “doce hoje não…!!!”
Apanho a torta, olho bem nos olhos dos pirralhos, sorrio e me dirijo ao caixa.
Missão cumprida.
Fico pensando na ansiedade comercial que todo nós apresentamos, periodicamente.
Comprar bem e rápido parece ser a necessidade de todos. Que espaço há para um certo romantismo no ato de aquisição?
Compras rápidas sempre foram relacionadas a um clima mais promocional. A empresa não sabe quem comprou. O cliente não sabe o que comprou.
Neste clima nebuloso, a satisfação é pontual e efêmera. Além de não garantir um casamento duradouro, predispõe divórcios na central de atendimento.
Relações podem e devem ser envoltas por emoções mais elevadas que a ansiedade.
A primeira venda corresponde ao namoro, a segunda ao noivado e o casamento chega após a terceira experiência satisfatória.
Como convencer nossos clientes de que somos “bons partidos”?
Quando pensei em uma torta de morango à minha amiga, não pensei em outra padaria que não fosse a Santa Marta.
Além de bons produtos, tem um ótimo atendimento, estacionamento, mesas confortáveis. O dono sempre sorridente mantém-se atento aos dois lados do balcão.
Até acho que se os pirralhos tivessem levado a torta, o confeiteiro faria outra para mim ou sugeriria uma alternativa.
Eles me entendem, e quem nos entende, nos atende.
Neste contexto, o preço perde a importância e o protagonismo é assumido pela marca.
Sigamos o exemplo de Santa Marta. Tenhamos a sabedoria de oferecer aos nossos clientes, muito mais que rapidez e conveniência.
Eles querem.
Eles agradecem.
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