Hora do almoço, eu no “restaurante self”, ao lado do escritório.

Fila enorme e parada. Relógio andando em um ritmo mais veloz do que eu gostaria.

Tenho pressa para voltar. Reunião daqui meia hora.

Saio da fila e observo o que está acontecendo, lá na frente.

Uma senhora insiste em capturar os camarões da paella. Faz isso com calma e destreza. Não quer e não pode perder nenhum deles.

Não se importa com as oito pessoas paradas à espera, atrás dela.

Não tive dúvidas, avancei até a “pescadora” e disparei: “Adoro camarões!!!”

Ela se assusta, me olha, sorri e, finalmente, avança.  A fila anda e o mundo volta a funcionar, ágil e produtivo.

Eu, que nem sou assim tão fã dos crustáceos, observo o alívio e a satisfação dos famintos.

Por que temos tanta dificuldade em “quebrar” o ritmo natural das coisas?

Já parou para pensar quantas marcas você consome por preguiça ou comodismo?

E a pizzaria que frequnta há anos, na mesma mesa, com o mesmo garçom servindo aquela “marguerita” milenar?

Sim, clientes gostam de fidelidade, principalmente se reconhecem benefícios na relação. Mas isso não significa que não possamos e devamos surpreendê-los: “sustos saudáveis”, como gosto de dizer.

Neste mesmo restaurante onde almoço há anos, fui assustado outro dia, de maneira positiva. Ganhei uma sobremesa de cortesia. Fiquei feliz.

Que tal pensar nisso? Aborde seus clientes que estão ali, parados no camarão, fieis a uma relação monótona e pouco rentável.

Apresente o bife rolê a eles, faça “cross sell”.

Quem sabe eles se animam trazendo parentes e amigos para provar a nova iguaria…