Parado na calçada, ele observava o quadro de campainhas na porta do prédio.
11…12…13…14.
21…22…23…24.
31…32…33…34.
Tudo parecia confuso pois na embalagem que deveria entregar, a etiqueta sugeria o apto 42 em um edifício de apenas três andares.
Após tentar o 24, na esperança de que a digitação estivesse trocada, permanecia na espera já que ninguém atendia no apartamento.
Em um ímpeto de proatividade, chama o zelador que confirma o óbvio, não há unidade 42.
O que fazer com a pizza suculenta e ainda aquecida?
Não teve dúvidas. Ligou para o 11 e esperou ser atendido.
“Boa tarde. Por favor, a Senhora conhece Lucas Nascimento dos Santos?”
“Não.”
Apartamento 12… “Não.”
No apartamento 21, surge uma luz no fim do corredor. “Conheço sim, um instante.”
Em minutos, a porta se abre e a entrega é realizada.
Eu, do outro lado da rua, prossigo minha caminhada pensando sobre a importância do endereço correto. Mais do que isso, dos dados cadastrais.
As empresas se esforçam na criação de produtos e serviços, destacam suas qualidades, investem na comunicação e na logística mas, na hora de saber com quem estão falando, ficam à espera de um milagre ou de uma boa vontade.
Estamos na era da rapidez e da assertividade nos dados que precisam se transformar em informações relevantes.
De que adianta eu ser valorizado por uma empresa que não sabe meu nome, profissão, gostos e desgostos?
A moradora do 21 salvou a entrega do motoboy e garantiu a felicidade do Lucas. Sorte deles.
Já você, que continua tratando seus clientes como Prezado…Prezada…Caro…Cara precisa avançar na atualização cadastral. Afinal de contas, um jantar na hora certa é o mínimo que se espera de uma empresa que objetiva alimentar seus clientes por longo tempo.
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