Com muito ou pouco tempo…

…com muita ou pouca pressa…

…saio todos os dias com a Mell.

Xixi e cocô ela só faz na rua e isso me motiva a uma caminhada matinal, lá pelas 5:30…

Pois outro dia, na calçada, cruzamos com um fox paulistinha animado.

Ao ver a Mell, já acelerou o rabo e começou a pular.

“É macho”?, arrisco eu, numa tentativa de aproximação com a dona do pet.

“Sim”, responde ela, mais preocupada em controlar seu cão que insistia em puxar a guia.

No chão, os “dogs” íntimos, se abraçavam.

Tento novamente uma abordagem: “Qual o nome”?

“Sal”.

Volto para o casal de quatro patas e percebo que, além dos abraços já rolam beijos de língua.

Mell e Sal se misturando…

Retorno à moça e, sem muita convicção, ainda tento mais um “quebra gelo”: “ Em alguns minutos, já são amigos de infância”.

Com “zero” retorno e uma cara “sem sal nem mel”, ela simplesmente puxa a guia e se afasta.

Prossigo minha caminhada pensando nas relações.

Nas emocionais que, por intuição, emoção ou carência nos aproximam de pessoas, animais ou até marcas, rapidamente.

De imediato, somos seduzidos por um olhar, um gesto ou um brinde.

Felicidade clandestina como diria Clarice Lispector, mas que pode gerar boas relações, caso haja frequência e relevância.

Em geral, empresas não planejam o segundo encontro.

Saem pelas ruas ávidas por novos nomes, abanam o rabo a eles, trocam juras de amor e somem ao longo da calçada das prospecções.

A dona do Sal também me fez pensar sobre as dificuldades de uma abordagem inicial.

Se os cães se deram bem, nada garante que os donos também criarão vínculos.

Por isso, a abordagem inicial festiva abre portas mas não garante fidelidade.

O ser humano é mais rico em possibilidades, necessidades e objeções.

Precisamos sondar tudo isso com mais tempo.

Que possamos temperar as nossas abordagens com bons ingredientes: o planejamento, a estratégia e a paciência.