Sim, tenho uma vizinha barulhenta.
Não que seja exclusividade minha …
… sei que o mundo está cada vez mais ruidoso e que, com a idade, vamos ficando mais sensíveis.
Mas minha vizinha gosta de sons.
Logo na sua mudança, despertou a nossa atenção à sua chegada. O dia? Sábado. O horário? 22 horas.
“Socorro!!! Quem, em sã consciência, descarrega eletrodomésticos na madrugada?!?!?!”
Mesmo assim, demonstrei interesse e, no dia seguinte, dei boas vindas, me apresentei, trocamos “zap”.
Nem preciso dizer que o domingo foi de móveis sendo empurrados, objetos caindo no chão e um cachorro (lindo) latindo.
Meu desejo era pedir um pouco de silêncio mas optei por sair e ficar o dia todo na rua.
Ao voltar, Simon & Garfunkel pareciam presentes: “the sound of silence”.
Na madrugada de segunda-feira, eis que surge um clima mais “fever”.
Em plena 4:30 sou acordado por passos, objetos caindo (de novo), ruídos do cachorro (lindo) latindo.
Não tive dúvidas, inaugurei o “zap” com uma ação de sensibilização: “querida vizinha, podemos praticar o silêncio solidário, das 22:00 às 7:00?”
Fiquei pensando sobre as coisas que nos chamam à atenção.
Já parou para pensar como somos abordados por ações de comunicação que nos despertam?
Mas quantas conseguem avançar e provocar a compra?
Recuperei o conceito do AIDA que nos propõe:
uma comunicação eficaz deve despertar a Atenção, provocar o Interesse, motivar o Desejo e Acionar a compra.
De fato, ouvimos “psiu” de anunciantes, a todo momento.
Muitos atraem o interesse da nossa mente; alguns estimulam nossa emoção e uns poucos nos levam à compra.
O segredo do sucesso? Pertinência e relevância, pesquisas e sondagens sobre os sons do consumidor.
AIDA também me leva a Verdi e sua ópera de conflitos entre o amor e o dever.
Que o amor inspire a minha relação com a vizinha e que o dever do silêncio seja praticado por todos, até pelo cachorro (lindo).
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