Dia de supermercado…
Na fila dos frios, acompanho o diálogo:
“Quero 250g de presunto”, pede a cliente.
Com precisão quase cirúrgica, o atendente vai fatiando e pesando: 210…222…245.. 260…
“Para…para…para”, sinaliza a cliente, “preciso só de 250g”.
Samuel, o atendente, retira uma fatia e volta aos 245g.
Não satisfeita, a cliente repete: “Mas preciso de 250g…”
Eu, já um pouco impaciente, percebo que a coisa vai demorar.
Aproveito para buscar outros produtos nas gôndolas.
Volto mais tarde, quando a guerra dos pesos for solucionada.
Quem estuda consumidores e clientes, sabe que as segmentações são infindáveis.
Temos aquele mais quantitativo, financeiro, cartesiano.
Valoriza o preço, o peso, os descontos, as medidas e está sempre disposto a obter vantagens mensuráveis.
Há também o cliente mais emocional, que gosta de um bom atendimento.
Sorrisos e simpatia são seus grandes decisores capazes de fazê-lo comprar algo pelo simples motivo de que a moça era simpática.
Um terceiro perfil surge com frequência, o cliente cerebral.
Este valoriza informações que podem vir do vendedor ou de um catálogo. É o leitor contumaz das bulas de remédios.
Aí você se pergunta a qual dos três você se assemelha e eu posso apostar a peça inteira do presunto:
“Todos temos os três perfis que se alternam em função de um bom atendimento”.
Quer ver?
Volto à seção dos frios e vejo o Samuel mais tranquilo.
Pergunto como conseguiu empacotar os 250g à cliente:
“Não consegui”, responde ele… e prossegue:
“Sorri a ela, informei sobre a qualidade daquele presunto e sobre a raridade em termos esta marca no estoque.”
“Acredita que ela pediu mais 250g e ainda quis um “chorinho”?
Aliviado e feliz, cumprimentei o Samuel.
Ah… e aproveitei para levar “uns gramas” do tal presunto também…
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