Entro no Uber e percebo as tatuagens do motorista.

Quantas vc tem? Pergunto ao Éder, já com intimidade, após cinco minutos de corrida.

28…responde de imediato.

Me explica que foram feitas ao longo dos últimos dez anos, a partir do momento em que resolveu registrar fatos que marcaram sua vida.

Provoco questionando se as lembranças não poderiam ser guardadas na mente e no coração e sou imediatamente contestado.

“O que os olho veem…o coração sente.”

Resgato minhas lembranças positivas e dou razão ao Éder.

Precisamos lembrar e sermos lembrados de nossos momentos felizes.

Tanta gente me diz que gosta de mim, tantas empresas, marcas das quais sou cliente há anos, mas nem todas me lembram das histórias conjuntas, dos momentos de boas trocas. 

Lembrar é retomar emoções que nos levam a pensamentos que nos conduzem a ações.

É uma ótima estratégia para a manutenção de vínculos, de fidelidade e até de novas possibilidades a parcerias. 

Você se lembra da data em que comprou seu carro?
Sabe quando trocou o fogão ou fez a última viagem de férias?

Pois a concessionária, a loja e a agência de turismo têm essa data. Poderiam (e deveriam) lembrá-la a você, sinalizando a importância e, claro, convidando-lhe a um brinde (e quem sabe…uma nova compra).

Enfim, memórias são gatilhos para novas oportunidades afetivas e comerciais.

Retorno às tatuagens do Éder e percebo uma seta em sua nuca, indicando o sentido obrigatório à cabeça. 

E ele tem razão. Que tal provocar sua mente e explorar novas ações de relacionamento?