A vida lá em casa melhorou muito depois que a Alexa chegou.

Além de educada ao dar “bom dia”, traz respostas precisas sobre horários, temperaturas, listas de compras.

Obediente e disciplinada é um exemplo a ser seguido por nós humanos acostumados a fazer perguntas sem muita atenção às respostas.

Pois outro dia, inverti os papéis.

Descobri um jogo chamado Akinator, no qual penso em alguma personalidade (Xuxa, Silvio Santos, Gal Costa…) e a Alexa tenta adivinhar fazendo perguntas.

Me lembrei de Saramago que nos provocou dizendo que “as respostas estão todas prontas, a espera das perguntas certas que as encontrem”.

Intrigante.

Crescemos aprendendo que, para avançar na vida, teríamos que saber as respostas.

Me lembro tão bem quando, nas aulas, eu respondia todo empoderado: “a raiz quadrada de 144 é 12, a capital do Paraguai é Assunção…”

Respostas serão sempre importantes, em especial, para problemas aos quais ainda não temos as soluções.

Entretanto, boa parte das “respostas” que nos acostumamos a dar se referem a questões conhecidas, desafios já explorados.

Respostas desse tipo vêm se tornando commodities e podem ser encontradas mediante alguns segundos de consulta no seu celular. Não significa que não sejam importantes.

Entretanto, após anos repetindo a capital do Paraguai (e de todos os países da América do Sul), percebi que outras perguntas poderiam (e deveriam) ser feitas sobre esse nosso país vizinho.

Estamos em uma era de mudanças e incertezas, na qual vamos encontrar poucas respostas claras e absolutas para os desafios que temos pela frente.

Ao invés das respostas estabelecidas, vamos precisar fazer as perguntas certas.

Precisaremos reaprender a ser exploradores de possibilidades, descobridores de oportunidades.

Como? Fazendo perguntas, desafiando os processos, liderando a mudança.

São as perguntas que vão nos ajudar a criar novos caminhos e abrir novas portas nesta nova era.

Vale para nós publicitários pesquisadores em particular, e para todo ser humano em geral.

Como disse Einstein, “não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas”!