A Páscoa acabou domingo mas, ontem, achei um ovo de chocolate, no fundo de um armário.
Fiquei encabulado. Quem enviou? Quando chegou? É meu?
Coloquei o resgate sobre a mesa e tentei buscar a origem.
Não me lembro de alguém que tenha trazido algo. Um ovo sem dono.
Você, enquanto cliente, já se sentiu assim, um ovo sem dono junto a alguma empresa?
Pergunto isso porque eu me sinto assim, de vez em quando.
Nossa chegada a uma Marca é celebrada com festa, papel brilhante e laços, tudo nos sinaliza a felicidade semelhante ao renascimento de Cristo na Páscoa.
Mas na segunda-feira, somos colocado na gaveta de clientes, ainda intactos.
Não conhecem o nosso sabor, a nossa cor, o nosso aroma, nossos desejos e motivações para estarmos ali.
Prometeram cuidar bem de nós mas, deixam-nos soltos no escuros das ações de CRM preditivas…
Com o tempo, nosso prazo de validade vence e perdemos a atratividade. Outros ovos virão.
Chico Buarque tem uma canção chamada “Futuros Amantes” que sintetiza bem essa promessa de relação:
“Não se afobe não que nada é prá já…
O amor não tem pressa, ele pode esperar em silêncio,
num fundo de armário, na posta-restante, milênios…milênios no ar…”
Se isso vale para a poesia, certamente não se aplica aos seus clientes.
Por isso, mantenha a informação e o relacionamento atualizados sobre eles.
Ovo de Páscoa vencido, vai para o lixo.
Clientes esquecidos, vão para a concorrência.
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Fernando Adas: É diretor de atendimento e planejamento da Fine Marketing, especialista em comunicação dirigida e varejo. Atua também como consultor em treinamento de equipes comerciais.
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