Seria mais um dia tranquilo se, durante o almoço na praça de alimentação do Shopping, eu não tivesse ouvido um tapa, na mesa atrás de mim.
Assustado, virei para saber o que ocorria.
“Safado”, sentenciava ela.
“Biscate”, reforçava ele.
Na dúvida, peguei meu prato e me afastei para terminar meu “estrogonofe” com dignidade.
Meia hora depois, já na saída, entro na farmácia e quem encontro na seção de cosméticos? Ela…a briguenta da praça…
Me aproximo e pergunto: “Qual o preço desse hidratante?”
“Por favor SR : ( … seu CPF”
Após a consulta, informa o preço idêntico ao da prateleira.
Eu, inconformado: “Uso esse creme há tantos anos… nunca me deram um brinde…ou desconto…
“Pois é SR…as relações estão em baixa…”, confirmou ela, me deixando confuso se falava do hidratante ou do “safado”.
Sai de mãos vazias e pensativo sobre a incapacidade das empresas em criar e manter relações…
Se no começo, tudo é alegria, aos poucos vamos “biscateando” a relação, numa troca de interesses onde o único assunto é o preço…
Por que tem que ser assim?
Qualquer relação tem começo, meio e fim e pede ações específicas para a manutenção e boas trocas.
Temos a fase da conquista em que as promessas são feitas…
Depois, o primeiro beijo em que começamos o namoro…
…até que nos levam ao altar…à lua de mel e…
…na rotina do casamento… conhecemos as qualidade e defeitos reais… que nos motivam (ou não) à fidelidade.
Relações precisam ser construídas e cultivadas.
Rendem bons frutos a ambas as partes, multiplicam-se em filhos e novos clientes.
Mas se você ainda é incapaz de manter vínculos, prepare-se para o duelo de marcas nas praças do Mercado.
Lá, a gritaria é generalizada e os clientes, pouco fiéis.
Por isso, mantenha suas relações hidratadas.
Garanto que o safado, a biscate e eu vamos adorar.
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