Já fiz o levantamento várias vezes e o resultado costuma se repetir.
De cada dez pessoas na academia, apenas duas vão olhar a você e cumprimentar.
As demais? Chegam caladas, iniciam o treino, bebem água, enxugam o suor, regulam os pesos, suspiram caladas.
Dividi o fato com um cliente que desabafou sobre o pouco retorno de uma campanha promocional: “Os clientes também não olham para a nossa marca”.
Entendo que as marcas não geram unanimidade. Precisamos escolher quem queremos atingir e de que maneira. Por que alguém deveria cumprimentar você?
Em tempos de comunicação digital, onde as métricas nem sempre se traduzem em segmentação, o risco de dispersão é grande.
Falar com muita gente ao mesmo tempo, dilui o conteúdo da mensagem.
Percebo isso na academia. Tem gente dançando na esteira enquanto outro lê a bíblia. Tem gente com mini blusa enquanto outro traz blusa de lã.
Como esperar que todos me cumprimentem?
Vou dividir com você, meu segredo.
Passo por alguns e elogio: “uau… 50 kgs na elevação de braço?” Aqui, adotei o estímulo emocional que quebra o gelo e gera vínculo.
Outro dia, uma senhora chegou com um saquinho cheio de castanhas e nozes. Adotei uma abordagem mais racional: “queimar energia é importante mas a reposição é fundamental, né…”
E se nada disso resolver, posso oferecer algo para o pessoal mais resistente.
Fiz isso outro dia com duas recepcionistas mais indispostas, às 6 da manhã.
Levei um bolo de iogurte que nos transformou em amigos de infância. Ninguém resiste a um brinde.
Não existem pessoas difíceis, existem pessoas mal estimuladas. Vale para clientes também.
Relevância e pertinência são os elementos principais de qualquer abordagem.
Difícil? Um pouco. Possível? Muito.
Por isso, não desanime com o silêncio das pessoas ou dos clientes. Mantenha a dignidade e a crença de que relacionamento é como abdominal, a gente começa devagar, dói um pouco, pensa em parar mas, ao final, torna-se um hábito salutar ao corpo e ao bolso.
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