Ouvi dizer que Madonna virá ao Brasil, ano que vem.

Enquanto ela não chega, pode ser vista em comercial do Itaú, dando-nos as boas-vindas aos próximos 100 anos.

Quem estará vivo para ver?

Confesso minha dificuldade em entender a campanha, principalmente, quando entro numa agência e vejo algumas idosas no caixa, tentando pagar suas contas.

Nos caixas eletrônicos, pessoas duelando com os teclados nada futuristas.

Todos com pressa e focados nas suas questões de agora.

Jovens sumiram da agência. Migraram para as instituições virtuais. Não são íntimos de Madonna nem mesmo de Stallone que também reforça a campanha e nos lembra da importância em ter “gente por perto que nos ajude a chegar lá”.

Vejo as dificuldades das idosas em chegar ao caixa e penso, cadê o Rocky Balboa?

Qual o valor agregado de campanhas publicitárias com celebridades? Vimos Xuxa usando Monange, Gisele na C&A, Elis Regina dirigindo uma Kombi, há uma longa jornada de exemplos, desde as cantoras do rádio que transferiam sua simpatia e afinação a marcas nem tanto…

Qual o resultado destas ações? Geram visibilidade? Engajamento? Motivam a visita à loja,  a compra do carro ou abrir uma conta?

Tenho dúvidas sobre as entregas concretas destas campanhas. E a certeza de que não se pagam com vendas. A justificativa é sempre a mesma: branding.

A logomarca do banco ficou mais redonda, dizem os especialistas, agregou leveza e agilidade. A fila e o atendimento também vão incorporar isso?

Precisamos de uma comunicação que resolva os nossos problemas. Empresas são feitas de presente, é este que garante o futuro.

Claro que buscamos empresas sólidas que evoluam e cresçam aos próximos 100 anos.

Mas se ninguém me ajuda na porta giratória que insiste em travar ou no cartão que foi bloqueado indevidamente, melhor “hung up” as relações como sugere a diva em uma de suas canções.