Fui ver o Elvis de Baz Luhrmann e sim, o filme é demais…

Estava curioso para avaliar como o diretor, aficcionado por diálogos coreografados, trataria o cantor que mais vendeu discos até hoje, nos EUA.

Se a vida de Elvis suscita comentários, sugestões, hipóteses e até conspirações, a direção musical do filme mistura tudo isso.

O resultado? 150 minutos de pura emoção.

Além da emoção, algumas reflexões nos provocam também. E tão bem…

O talento intuitivo do cantor, capaz de torná-lo único e turbulento à plateia. Até onde avançar?

A que público se dirigir numa época em que racismo e religião formatavam mentes e mídias?

Em Marketing, temos desafios parecidos.

Lidamos com a intuição de nossos clientes que nos desafiam a materializar ideias em ofertas.

Também nos esforçamos para definir os limites desta oferta, dirigindo-a a um público alvo e cuidando do ciclo de relacionamento.

Elvis foi inovador numa época em que apenas negros brincavam e requebravam no palco (ou no altar). O clima “love me or leave me” não permitia meio termo.

Pois neste clima polarizado, ele vendia aos fãs, “bottons” de “I love Elvis” E Até aí, nada demais.

O inusitado é que “bottons” “I hate Elvis” também eram vendidos aos que não gostavam do ídolo.

Não é genial isso? Se o modo padrão do Marketing vislumbra a satisfação do público alvo, o que poderíamos ofertar aos “haters”?

“Se está procurando encrenca, você veio ao lugar certo”, provoca ele, levando a plateia ao delírio.

Talvez as ações de Marketing, também devam ser provocantes no sentido de tirar seus clientes da zona de conforto.

Se isto é uma encrenca? Depende de uma boa pesquisa e de um bom planejamento capazes de encantar a plateia.

A pista já e dada por Elvis, em outro momento do filme: “quando as coisas forem perigosas demais para dizer, cante”.

Que possamos cantar e encantar nossos clientes, na sala escura das pesquisas e do planejamento e na sala clara da comunicação e do relacionamento.