Esperando para ser atendido na loja, observo o “ir e vir” de clientes.
Uma moça se aproxima com uma blusa rosa nas mãos, visivelmente seduzida pela peça.
Aborda a vendedora (que atendia outra cliente) e pergunta: “Tem tamanho P?”
Recebe a resposta objetiva e sem muita convicção: “Só recebemos G, mas acho que vai ficar boa em você”.
Eu, ao lado, não acreditei no que ouvia.
“Hello!!!”
Eu entro numa loja,
focado em ficar elegante e lindo,
em minhas pretensões de um manequim P,
alguém que eu nem conheço e que também nem me conhece,
diz que sou G?
Apesar do “banho frio”, a moça aguarda o atendimento indisponível da vendedora.
Não tive dúvidas: me aproximei da cliente e sugeri: “Vai ficar enorme em você. Não compre não”.
Ela sorri, concorda, deixa a blusa no balcão e sai.
Logo em seguida, a tal vendedora se aproxima de mim.
Fiquei com medo dela.
Caso me alertasse sobre meu peso, meu tamanho, minhas verrugas, minhas espinhas, meus cabelos brancos ou meu nariz protuberante eu a levaria para o provador, fecharia a cortina, apertaria o seu pescoço e sairia sorridente e confiante, em direção à porta.
Mas não foi o que aconteceu. Ela sorri e pergunta se poderia me ajudar.
Pergunto a ela se as vendas estão indo bem.
Ela me explica que a crise chegou e que os clientes sumiram.
Ouço atento a resposta lembrando da cliente da blusa rosa indo embora.
Precisamos estar atentos ao conceito de um bom atendimento. No caso acima, qual seria a alternativa mais assertiva?
Para começar, gere empatia com a cliente. Explique que está terminando um atendimento e que poderá dar atenção a ela, em instantes.
Também poderia elogiar a blusa rosa e dizer que havia outras tão lindas quanto essa e que iria mostrar todas à cliente.
E se a cliente realmente fosse tamanho G, sugerir a ela cores e modelos mais adequados ou, simplesmente, fazê-la feliz após a interação.
Atendimento é consultoria e vínculo e isso pressupõe ouvir e falar sobre ideias. Evite falar de números já no começo. Preço, o tamanho, o parcelamento são consequência de uma sondagem demorada e interativa. Afinal de contas, ninguém começa uma conversa perguntando a idade, a altura ou o salário de alguém. Certo?
Por isso, seja gentil e atento. Consumidores são carentes por natureza e pedem acolhimento.
Adote uma postura mais empatica e transforme o seu faturamento em tamanho GGG.
Gostei, Fernando!
Atendimento é consultoria e vínculo!
Isso mesmo Zé!
Ou seja relacionamento com tudo para durar por anos.
Grato pelo seu comentário.