“O que ela está dizendo?”
Talvez seja uma das frases mais ditas e menos respondidas, ao longo do filme A Forma da Água, atualmente em cartaz.
A protagonista é surda. Muitos não conseguem entende-la.
O homem anfíbio deixa todos em dúvida: Irracional ou divino?
Os cientistas não se alinham sobre diagnósticos e planos de ação.
E até o despertador matinal tem dificuldades para convencer Elisa a acordar.
Um filme sobre ruídos de comunicação e de relacionamento, tão comuns em nossos tempos líquidos.
Inevitável não comparar com aquelas campanhas publicitárias que nos provocam a pensar: “O que ela está dizendo?”
Você, eu, todos nós já nos sentimos assim. “Por que estão me contando isso?” “Quem eles pensam que sou?” “Essa marca não me conhece…”
Ouvir o consumidor é fundamental a qualquer planejamento de comunicação.
Saber o que esse “monstro sagrado”, ora rude, ora amável tem a dizer, não é exercício fácil.
Não basta captura-lo numa sala de espelhos, “deixa-lo em pedaços e descobrir como ele funciona”, como sugere o filme.
Elisa, a faxineira muda faz melhor, observa, interage, relaciona-se.
Por isso, ações de relacionamento conquistam e seduzem muito mais que uma entrevista.
Se a definição da forma da água já nos pede atenção à temperatura e à pressão, o que dizer do ser humano exposto a tantas referências e estímulos?
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