Acordo com a ligação de um amigo.

Em ressaca pós Carnaval, pede ajuda para ser levado até sua casa e declara: tudo cinza por aqui.

Lembrei-o de que estávamos na Quarta de Cinzas, tentando uma piada edificante, sem sucesso.

Após dias de folia, meu amigo estava estragado.

Penso nas empresas que também ressacam após uma farra comercial.

Me lembro de uma rede de varejo que inaugurava lojas, oferecendo inúmeras promoções e preços baixos, banda na porta, sorteios, brindes…

Anúncios divulgavam ofertas tentadoras e convidavam a cidade a estar em frente à loja no dia seguinte, às 8 da manhã.

A farra era carnavalesca. Consumidores ávidos por aproveitarem os descontos, invadiam o espaço e disputavam mercadorias com a euforia de madrinha da bateria.

Nunca entendi muito bem essa bagunça que gerava mobilização, mas nem sempre resultados positivos.

Sabemos que a etapa inicial de um relacionamento entre a marca e seus consumidores demanda divulgação massiva e massificada.

Como não sabemos, ao certo, quais públicos responderão positivamente, devemos jogar iscas em diversos pontos do mar.

Entretanto, precisamos preparar a embarcação, caso muitos peixes respondam ao estímulo, evitando turbulência e possíveis naufrágios.

Vendas imediatas são fáceis de serem obtidas. Basta ampliar, ao máximo possível, o público alvo e impactá-lo no bolso.

O pessoal do Financeiro vai adorar.

Mas e o Marketing? Como fica a loja, o banco de dados, o CRM em um contexto onde vende-se tudo a todos? Como provocar a segunda venda?

Bom senso e equilíbrio são boas pistas e o cinza é uma boa referência como a mistura entre o branco e o preto. O meio termo.

Uma gestão comercial cinza é capaz de equilibrar promoção, atendimento, produtos, visual merchandising em inúmeras tons.

Aproveite o seu dia de cinzas para pensar sobre isso, sobre a ponderação necessária entre desejos orgânico e cerebrais que podem nos levar ao céu ou ao inferno.

Para onde você quer levar os seus clientes?