Desde pequeno, sou cismado com beijinhos.

Não aqueles de boca, capazes de nos aproximar e, por vezes, nos enlouquecer.

Mas os de coco, servidos nos aniversários.

Nos brigadeiros de chocolate, há granulados de chocolate.

Nos cajuzinhos de amendoim, um grão de amendoim.

Então, o que será que o cravo da índia faz sobre as bolinhas de coco?

Passei décadas com esta dúvida.

Nas festas, ignorava todos os cravos e ainda ficava pensando no desperdício.

Há alguns anos, resgatei o assunto com uma confeiteira que me explicou: o cravo tem propriedades conservantes e como o coco é muito perecível, a especiaria mantém o doce mais fresco.

Adorei a explicação. Quanta injustiça da minha parte, movida por total ignorância.

E você? Já se pegou em alguma injustiça, pela total falta de informação?

O Marketing está cheio de bons (maus) exemplos.

Ainda hoje, ouço que…

…a baixa renda decide por preço…

…mulheres permanecem nas lojas, mais que os homens…

…ricos gostam de atendimento…

…jovens não conversam ao telefone…

E assim avançamos pelos caminhos obscuros do preconceito, rumo ao abismo de um planejamento mal feito.

Precisamos estudar, pesquisar e entender as complexidades do óbvio.

Se você tem uma ideia inédita e genial, esteja certo de que ela não é nem tão inédita e nem tão genial.

Esta semana, perdemos Olivetto, uma referência em genialidade e ineditismo.

Washington dizia que quando ele era funcionário em agências, trabalhava com o comprometimento de um patrão e quando se tornou dono de agência, abraçou-a com o empenho de um funcionário. Trabalho, pesquisa, esforço, acertos e erros. Curiosidade sempre.

Por isso, antes de condenar algo ou alguém, investigue a origem.

Descubra o fio e a tomada que, mesmo escondidos, colaboram para que o abajur nos ilumine.