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11/07/2025 | Sexta de ideias

Entro no Uber e sou recebido por Roberto Carlos cantando bem alto:

“Como vai você? Eu preciso saber da sua vida.”

Provoco o motorista, elogiando o seu romantismo e perguntando se ele também quer saber da vida de alguém…

Sua resposta é sábia: “a gente fica de olho na vida dos outros e se esquece de ver a nossa.”

Concordei e fiquei pensando quanto tempo gasto fuçando vidas alheias, em detrimento da autorreflexão.

Atuo em pesquisas, há muitos anos. Já perguntamos de tudo a todo tipo de gente.

Ao final da abordagem, tabulamos, analisamos e apresentamos os resultados ao cliente.

Procuramos motivar as empresas a refletirem sobre suas práticas e abordagens ao Mercado, em retribuição aos entrevistados que nos contaram coisas das suas vidas.

Empresas nos abordam a todo momento. Precisam saber da nossa vida.

Entretanto, o retorno desta curiosidade nunca vem rápido nem adequado.

Algumas nos enviam um e-mail de agradecimento.

Bons relacionamentos começam com trocas de informações e evoluem com as transformações causadas por estas trocas.

Eu digo meu nome, você diz o seu.

Eu digo que tenho uma prima com o seu nome. Você diz que sua família é grande.

Eu digo que adoro família. Você conta suas objeções.

E assim avançamos a uma construção de vínculos.

Acontece entre pessoas. Deveria também acontecer entre marcas e seus consumidores.

Aliás, apliquei a fórmula com David, o motorista que me levava para casa.

Elogiei seu carro. Ele me contou que havia acabado de pagar a última parcela.

Perguntei se gostava da marca. Ele me disse que não era a sua preferida, mas era a adequada ao momento.

Adorei a conversa com ele.

A troca de informações é o primeiro anúncio publicitário de quem somos.

Vínculos duradouros se constroem como se constrói uma grande marca: com verdade, consistência e diálogo. Porque ninguém se apaixona por quem se cala.

É na troca — de histórias, ideias, gostos, traumas e piadas — que a conexão se dá.

É quando a gente se abre que o outro encontra espaço para entrar.

Num mundo de relações instantâneas e conversas por emoji, compartilhar informações virou um ato de coragem e generosidade. Quem informa, forma. Quem se comunica, se compromete. Porque quando você diz o que pensa, ouve o que o outro sente. E é aí que nasce o vínculo: entre o que você revela e o que o outro reconhece.

Vínculos duradouros são como grandes campanhas: começam com uma boa ideia, evoluem com escuta ativa e se fortalecem com verdade emocional.

Porque ninguém esquece de quem fez a gente pensar, sentir e querer continuar ouvindo.

Mesmo que seja Roberto Carlos.

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