Semana dos namorados e sinto certa ansiedade no ar.

Quem namora, em busca de um local para comemorar.

Quem não namora, em busca de um local para comemorar também.

Os mais aflitos são aqueles que não sabem se estão ou não namorando. Como uma amiga que me liga pedindo minha opinião.

Saiu com o rapaz duas vezes, ótimas trocas cerebrais, cardíacas e pélvicas. Até já marcaram uma viagem para julho mas, e dia 12? Como agir?

Sempre que me pedem dicas sobre este assunto, sugiro emoção sem surto; algo difícil nos tempos atuais, onde pessoas e empresas conhecem alguém e já querem pedir em casamento.

Relações deveriam seguir um protocolo de avanços e conquistas, algo como um jogo de tabuleiro no qual você joga o dado, avança as casas, avalia o benefício e monta nova estratégia.

Outro dia, parei em frente à vitrine de uma loja recém inaugurada.

Lá dentro, o moço me olhava fixamente. Sorrindo, se aproximou e me deu as boas-vindas. Gostei.

Perguntei sobre o nome da loja, as marcas presentes, questões genéricas de aproximação.

Ele se apressou a dizer: estamos com ótimas promoções.

Sempre considero efêmera, uma relação que começa de maneira promocional, ou seja, focada em questões palpáveis e apalpáveis, como a minha amiga que relata: “ele me ofereceu três drinks, eu dei quatro beijos nele, ele me levou em um restaurante caro, eu retribui aceitando o café na casa dele” e acha que sim, tem um namorado.

Não me animei a validar esse diagnóstico, assim como desanimei um pouco com a apresentação das ofertas, feita pelo rapaz da loja.

Relações sólidas iniciam-se com trocas de ideias, buscando-se um alinhamento de valores, causas, propósitos.

Se ultrapassarmos esta etapa, podemos passar para assuntos mais concretos e tangíveis.

É assim que se cria um vínculo promissor. Por isso, não pense em namorados ou clientes, na semana do dia 12. Comece antes, defina o perfil ideal dos seus clientes, antes de a loja ser inaugurada e busque seu príncipe ou princesa, antes do verão terminar