Ações franciscanas.
Sei que é feio. Mas, de vez em quando, sou incontinente a ouvir conversas dos outros, em locais públicos.
Foi assim que, semana passada, enquanto esperava uma consulta médica, presenciei duas senhoras inconformadas.
A primeira explicava com detalhes à segunda, como havia preparado um jantar para seus quatro filhos que chegariam de viagens.
Entretanto, para decepção, apenas um apareceu e, os demais, nem deram satisfação.
A mulher ouvinte, tentando consolá-la, sugeriu: talvez tenham tido problemas no trânsito ou emergência doméstica.
Fiquei pensando sobre os desafios enfrentados no planejamento dos eventos.
De fato, pessoas confirmam a presença e não aparecem.
Outro dia, um amigo me convidou para uma peça de teatro, absolutamente esgotada há semanas.
Sugeriu que fôssemos a uma tal fila de desistência, formada na bilheteria.
Ao chegar, tínhamos à frente, ao menos umas trinta pessoas também esperançosas.
Vinte minutos antes do início da peça, a fila começa a andar e, pasmem, conseguimos entrar.
Nas ações de RSVP que realizamos aos nossos clientes, a métrica estatística não costuma oscilar muito. A cada cinco convidados, dois confirmam e apenas um comparece.
Claro que fatores podem elevar ou reduzir esta proporção pois há inúmeros motivos capazes de nos motivar (ou não) a um convite.
Costumo dizer que eventos corporativos deveriam atrair seus convidados pelo conteúdo que vão transmitir.
Mas a avalanche de informações disponíveis na internet, concorre diretamente a esta motivação.
Ninguém mais sai de casa ou do escritório para assistir a uma palestra cujo autor está (com a mesma palestra) nas redes sociais.
Por isso, dois outros aspectos vêm ganhando protagonismo como motivadores de presença: o networking e a diversão.
Conhecer pessoas no “coffee break” ou assistir a um “stand up” do momento, colaboram ao preenchimento das cadeiras no auditório.
E se ainda assim, você enfrenta resistências nas adesões, a boa e velha fórmula das vantagens concretas ainda funciona.
Sorteios e brindes aos presentes, colaboram à felicidade de quem ganha e de quem oferece a tal “lembrancinha”.
Afinal de contas, São Francisco já nos ensinou: é dando que se recebe.
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