Semana passada, uma criança chorava, enquanto era retirada do supermercado pela mãe.
O motivo? Um ovo de chocolate e o dilema entre comprar ou morrer.
Todo ano, presencio a mesma cena.
Mesmo que a Páscoa nos remeta à união, seus ovos são motivo de guerra.
Não adianta explicar aos pirralhos que “é tudo chocolate”. A percepção das crianças (e de muitos adultos) sempre fará com que paguem mais de R$100,00 por um ovo um pouco maior que o da galinha. Haja valor agregado, para justificar preços tão diferenciados.
Qual a fórmula para se agregar valor?
A primeira pista vem da Economia. “Menos é mais” e quanto menor a oferta, maior o valor. Por isso, mesmo expostos na gôndola, os ovos surgem em cores, tamanhos, marcas e rótulos diferenciados. Ovos de cupuaçu, de pistache, frutas vermelhas, todos em edição “limitada”, geram comoção e desejo.
Tradição também infla valor. Ter uma história que justifique a presença do produto, gera relevância. Páscoa é um evento milenar e uma oportunidade para reconhecermos as dificuldades e as resistências à felicidade. Bora destravar o bolso.
O efêmero também eleva os preços, O famoso “it´s now or never” nos leva a correr até a loja, antes que os estoques se esgotem.
No próximo domingo, a correria pascal vai acabar. Espero que você prove e aprove suas experiências do paladar.
Não apenas com os ovos, mas, principalmente, na reunião com pessoas queridas, trocando afeto, ideias e agregando valor à vida.
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