Recebo um envelope em casa, sem o remetente.
Na frente, meu nome, endereço e um aviso de URGENTE.
Abro apressado, pensando em algo ruim.
Ao ler o texto, acalmo o coração e percebo que se trata de um convite para conhecer o “show room” de uma loja de móveis no bairro.
Mas por que é urgente?, penso eu na ingenuidade de quem ainda acredita nas palavras.
Comento com uma amiga que tenta me explicar a estratégia das empresas em chamar a atenção.
“Marketing agressivo”, explica ela.
De fato, sabemos que a primeira etapa de uma comunicação eficaz é se destacar perante inúmeras mensagens que nos impactam.
Não adianta fazer “psiu” à multidão. Ou você sabe o nome da pessoa que te interessa ou grita alto para tirar o alvo da zona de conforto.
Foi o que fizeram comigo, de um jeito bem desconfortável.
Fiquei com vontade de ir a tal loja, entrar e deitar na cama planejada, abrir um livro e ficar lendo.
Causaria o mesmo susto que eles provocaram em mim e sairia de lá com o sentimento de vingança realizada. Mas não.
Faço melhor aqui.
Explico que a atenção deve ser conquistado com gentileza e relevância, oferecendo algo capaz de provocar sentimentos positivos como a alegria.
Normalmente, estímulos “do bem” associam-se a sensações orgânicas, visuais, olfativas, gustativas.
Como ainda não conhecemos o perfil do público-alvo, estimulamos aspectos universais. Quem não gosta de um chocolate ou de uma vela perfumada?
Ações dirigidas e focadas na conquista de clientes precisam garantir o alinhamento de três aspectos: o banco de dados, a oferta e a abordagem.
Sim, meu nome e endereço estavam corretos na carta.
Sim, a loja parece interessante.
Mas a abordagem precisa melhorar, até porque estamos falando de bem estar, de acolhimento, de delicadeza, atributos esperados a uma loja de móveis.
Pense URGENTE nisso e melhore suas ações de prospecção.




0 comentários