Entrei na barbearia e intimei o Marcelo: rapa zero.
Ele, perplexo, tentou argumentar: faz quase um ano que estamos cuidando do seu cabelo, que dó…
Cabelo é igual planta. Precisa de cuidados diários que vão muito além da simples lavagem.
Em troca, garante um visual marcante e reforço na identidade.
Então, por que zerar?
Porque o Natal deveria nos provocar a refletir sobre a escassez.
Ao longo do ano, analisamos possibilidades, fizemos escolhas, adotamos procedimentos e avaliamos resultados.
A lógica é de aquisição. Preciso ganhar, preciso acumular, preciso adquirir, ver aquele filme, fazer aquela viagem, provar aquele prato naquele restaurante.
Para tudo! Precisamos de ausências.
Sumir por um tempo. Trabalhar em silêncio. Se afastar dos prazeres momentâneos. Esquecer da validação e da opinião alheia.
Perder quem precisamos perder e se encontrar de novo. Tudo volta melhor. Os cabelos também.
Experimente um corte novo, sobretudo, à vida.
Invista em autoconhecimento. Leia. Se apaixone por você.
Avalie como conviver com a ausência. Você na grandeza e nas possibilidades da sua solitude.
Gavetas vazias nos motivam a novas buscas. As cheias, dificultam localizações.
Em geral, nossos problemas surgem dos acúmulos que elaboramos, muitas vezes, em função dos outros.
O Marketing nos ensina a focar nas necessidades das pessoas. Isto é necessário.
Mas se não nos alinharmos a um público e desenharmos a estratégia de conquista, dispersaremos energia, tempo e verbas.
É o que discutimos aqui, com você, todas as semanas.
Não podemos e não devemos ser tudo e de todos.
Não podemos e não devemos vender tudo a todos.
A melhor escolha sempre será aquela que faz você feliz; não na frente da sua família, amigos ou trabalho. Mas sim, na essência do seu eu.
Isto é amor próprio. Isto é motivação criativa e longeva para que possamos amar o outro.
Pense nisso. Pratique isso e perceba que amar é dar o que não se tem a alguém que não o quer.
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