Sei que no Capitalismo, não existe almoço grátis, mas será que ele precisa custar R$57.000,00 por minuto?
Após saber o valor da contratação de Gisele Bündchen para uma ação junto a Brahma, fiquei pensando sobre o que sustenta esse investimento.
10 milhões de reais pela permanência de três horas na Marquês de Sapucaí…
Agregar marcas a personalidades é estratégia antiga e recorrente. Já vimos sucessos e fracassos nesta associação.
Também sabemos que as ações de marketing podem (e devem) ser institucionais e comerciais e que o investimento em ambas varia em função dos objetivos e metas da marca.
Mas confesso a minha dificuldade em entender quem ganha com a aparição da nossa “top model” mais conhecida.
Geração de mídia espontânea é sempre o argumento imediato. Todos viram Gisele e muito se falou sobre sua chegada, sua permanência, seu camarote vip e até o aperto de mão que deu numa das moças da limpeza. Mas da Brahma, pouco se falou.
Será que ações como esta objetivam apenas a visibilidade da marca? Visibilidade junto a que público?
E se essa visibilidade ocorreu, será que foi bem percebida do ponto de vista qualitativo?
Fiquei pensando sobre isso, após ver as campanhas de doações para os desabrigados do litoral paulista e o esforço de muitos neste momento de solidariedade. Senti falta de marcas nestas campanhas e seria ótimo que estivessem junto aos seus clientes, na alegria e na tristeza.
Afina de contas, este é o casamento duradouro, não?
Eu adoro a Gisele Bündchen. Admiro sua trajetória e importância para diversas marcas que ela promoveu, inclusive a marca Brasil.
Marcas podem e devem buscar a sua personificação em nomes famosos, mas quando a criatura cresce e se sobrepõe ao criador, ruídos podem acontecer.
Ao mesmo tempo, vejo com ótimos olhos, ações mais cotidianas, capazes de interferir e melhorar a vida das pessoas, da comunidade e, em síntese, dos consumidores e clientes.
Este é a verdadeira visibilidade que buscamos e da qual precisamos.
No Carnaval e depois dele.
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