Almoço com um amigo que não vejo há tempos.
Me conta sobre a vida, seu momento, suas preocupações.
Tento ser empático e focado.
Na mesa ao lado, uma criança bate o garfo e a faca no prato, feliz e incontida.
Os pais conversam animados, como se estivessem no sofá em casa.
Não tive dúvidas: infeliz e contido, olho e faço um “psiu” discreto e certeiro.
Os três me olham, silenciam e eu me volto para o meu amigo que também ficou calado, assumindo parte da minha exclamação.
Após um sorriso leve, ele comenta: “as pessoas estão barulhentas né…”
Assumo a palavra para declarar meu desconforto com barulhos.
O que é um barulho? Um som sem sentido ou significado, um ruído gerador de desconforto.
Está cheio por aí. Nos restaurantes, nas ruas, nas famílias, em nosso coração e até em nossa mente.
Outro dia, uma empresa fez “psiu” para mim.
Queria a minha atenção para o lançamento de um novo carro.
Já sou cliente da marca e, por isso, fui chamado para um “cross sell”.
Confesso minha decepção com o chamado.
Um cliente atual poderia e deveria ser convidado com mais afeto e personalização.
Nem meu nome foi citado no convite, enviado por e-mail que foi para a caixa de “spam”.
Ao mesmo tempo, muitas outras empresas que nem conheço, me chamam.
Algumas mostram um empenho prévio a uma sondagem mais personalizada, outras, apenas esboçam o tal “psiu” sem muita convicção.
Precisamos diminuir o volume da Comunicação barulhenta que chama a atenção mas gera reações negativas.
Garfo e faca servem para comer, não para bater bumbo. Comunicação serve para informar, formar e transformar, não perturbar. Por isso, avalie suas ofertas, faça bom uso delas e gere sons capazes de agradar e seduzir seus clientes.
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